(Vídeo) Confira o que rolou na Aula Pública Conversas de Rua: O Direito à Cidade

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11 de março de 2016

A Avenida Paulista, símbolo da apropriação do espaço público desde que passou a ser aberta aos domingos, cedeu espaço para a aula pública “Conversas de Rua: O Direito à Cidade”. O evento aconteceu domingo, 28 de fevereiro, às 10h, organizado pelo Instituto Pólis em parceria com a Plataforma Global pelo Direito à Cidade, o Escritório Modelo da PUC SP “Dom Paulo Evaristo Arns”, o Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico (IBDU), o Fórum Nacional pela Reforma Urbana (FNRU) e o Núcleo de Direito à Cidade da Faculdade de Direito da USP.

A abertura foi feita por Stacy Torres, advogada do Instituto Pólis, e Henrique Frota, secretário executivo do IBDU. Estavam presentes a União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, Associação dos Trabalhadores Sem Teto, e representantes de diversos outros movimentos sociais que fizeram falas durante a aula.

O hip hop teve destaque: MC Mano Réu e Jader Oliveira abriram a aula com um rap que tratou de temas como o genocídio da população negra e pobre no Brasil e a violência praticada pelo Estado. Além deles, o grupo de dança Identidade em Movimento fez da Paulista palco para apresentações e batalhas de breaking.

Durante o evento foi exibida a Campanha Jovem Negro Vivo, da Anistia Internacional Brasil, que expõe dados relacionados à violência contra o jovem. No país, 30.000 jovens são assassinados por ano, sendo que 77% destes são negros.

Celeste Melão, coordenadora do Escritório Modelo da PUC-SP, discutiu a cidadania nas cidades abordando as pautas de estrutura básica, desagregação, alteridade e cultura do descarte de crianças, idosos e jovens. Os estudantes integrantes do Núcleo de Direito à Cidade da Faculdade de Direito da USP relataram a experiência de acompanhamento em escolas de Paraisópolis durante as ocupações.

Martha Lemos e Altair Moreira, coordenadora pedagógica do Programa Jovem Monitor Cultural e consultor da área de Cultura do Instituto, destacaram a importância de ocupar o espaço urbano de maneira criativa, como fazem os Ciclistas Bonequeiros, grupo que utiliza a bicicleta como disseminadora de arte. Os artistas tem como objetivo, além de divertir e interagir o público, trazer uma consciência urbana por espaço público como ambiente de cultura.

Durante a aula pública foi abordado como se dão as relações das minorias socias e o espaço urbano. A questão LGBT foi posta em pauta por Danna Lisboa. A dançarina falou sobre a transsexualidade no espaço público e finalizou sua apresentação com a performance “Cidade à Vista”.

A assessora de programas da ActionAid Gabriela Pinto questionou a segurança da cidade para mulheres. Segundo Gabriela, as mulheres têm seu direito à cidade negado, uma vez que o espaço público é um ambiente hostil a elas.

Alguns representantes de organizações e movimentos sociais levantaram dados referentes a transporte e direito à moradia. Estiveram presentes Nazareno Affonso, do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT), Donizete Fernandes, da União Nacional dos Movimentos de Moradia Popular, Lígia Melo, do IBDU e Ezequiel Moraes, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia. Nelson Saule Jr., coordenador da área de Direito à Cidade do Instituto Pólis, pontuou a necessidade de ocuparmos, usarmos e produzirmos a cidade.

Ao final do evento, os Ciclistas Bonequeiros, que promovem reflexões sobre questões de mobilidade urbana e direito à cidade por meio do humor em espaços públicos, distinguiram por meio de uma performance os verbos “invadir” e “ocupar”. “Invadir espaços é crime, ocupar a cidade é uma necessidade”, afirmaram. Com a performance, os artistas representaram as escolhas, semânticas, e, principalmente, políticas, que a mídia e as pessoas em geral utilizam para desqualificar ou qualificar as ações da sociedade e dos movimentos sociais.

Confira mais fotos do evento:

Fotos: Nathalia Parra (Equipe de Comunicação/Instituto Pólis)

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