Um pedido num caminho silencioso para paz

Participação Cidadã, Cidadania Cultural, O que é Direito à Cidade?, Reforma Urbana, Democracia e Participação, Convivência e Paz
13 de maio de 2013

Eram 9h da manhã de sábado (11), quando a Praça Lauro Michels, começou a receber os primeiros movimentos da caminhada, realizada em parceria com o Conselho Municipal de Diadema, Pontos de Cultura, artistas, coletivos e grupos religiosos.

Pelas mãos dos artistas da região, painéis em branco e uma placa de isopor ganhavam forma e cor que traduzissem os símbolos da paz. “O desafio é fugir do óbvio e transformar em imagem aquilo que não pode ser dito ou nunca foi representado”, provocava o agente e articulador cultural Elvis Albuquerque.

Os símbolos iam de corações, flores, galhos, pássaros até a menção ao punho fechado do movimento negro norte-americano, os Panteras Negras.

Aos poucos a cidade de Diadema acordava e quem passava pela praça olhava com curiosidade a movimentação, crianças desciam dos ônibus e animadas pegavam os pincéis e canetas coloridas para pintar o painel de abertura do movimento. Com os pés tingidos com pigmento colorido, elas marcavam o tecido e gargalhavam com a possibilidade de lambuzar os pés e deixar sua marca na caminhada.

Eram 11h quando o grupo de dança cigana desembarcou na praça e apresentou uma dança típica.

Giros, cores e palmas para celebrar o evento que articulou não só os grupos artísticos mas, contou com a presença e apoio de lideranças religiosas de diversos segmentos afro-religioso. Todos se encontraram adornados com suas vestes sagradas para celebrar e caminhar pela paz em Diadema.

“Parabenizo os grupos religiosos que tiveram a coragem de sair de suas casas com suas roupas de festas e vir às ruas pedir paz para todas as religiões” celebrava Jurandir Sousa, diretor-artístico da Comunidade Negra e presidente do bloco Axé Afroxé.

Antes de seguir para a caminhada sentido  Centro Cultural Diadema, a bailarina e arte-educadora Daniela Augusto propôs um instante de consciência corporal e respiração. Um grande círculo com aproximadamente 100 pessoas preencheu o centro da praça e se preparava para caminhar.

Com o apoio do Departamento de Trânsito de Diadema, todos seguiram pelas ruas. O silêncio só foi rompido quando em coro os filhos de santo entoavam o canto tradicional para Oxalá, “Oni Saurê”, e em coro pediam por paz e proteção a todos sem distinção.

Uma grande roda de conversa e partilha encerrou o encontro. Lideranças religiosas, articuladores e artistas locais reiteravam a importância do encontro. Nas palavras da psicóloga e educadora cultural do Pontão e responsável pela ação em Diadema, Martha Lemos, “poderíamos ter feito uma passeata, um manifesto. No entanto, optamos por caminhar. É no caminho que acontecem os encontros, a troca e os instantes de paz”.

As palmas, o som do atabaque e o berimbau transformaram a roda de conversa numa roda de capoeira, com a participação do grupo Capoeirarte, onde todos sem distinção eram convidados a cantar em coro e celebrar o encontro.

Ao final, foram distribuídas a Cartilha do Patrimônio Material e Imaterial de Diadema elaborada pelo Pontão de Convivência e Cultura de Paz,  Conselho de Cultura de Diadema e demais coletivos artísticos da região. A cartilha é um primeiro passo para difusão e conhecimento da comunidade à produção simbólica e histórica da cidade.

Veja a galeria com imagens da caminhada

Faça download da Cartilha do Patrimônio Material e Imaterial

 

Parceiros e apoiadores da Caminhada Símbolos da Paz de Diadema

CMC – Conselho Municipal de Cultura de Diadema, Setoriais do CMC – Religiosidade e Cultura de Paz; Patrimônio Material e Imaterial; Capoeira, Audiovisual, Ateliê Livre Diadema, Bloco Afoxé Axé Odara, Comunidade Negra do Jd. Campanário, CCD – Centro Cultural Diadema, Centro Cultural Jd. Inamar, Centro Cultural Promissão, Centro Cultural Vila Nogueira, Centro Cultural Vladimir Herzog – Campanário, Centro Cultural Taboão, Dança e Cultura Cigana,Fórum da Promoção da Igualdade Racial Benedita da Silva, Hip Hop em Ação, M.A.D. – Movimento Audiovisual de Diadema, MAP – Museu de arte Popular de Diadema, Ponto de Cultura Castelinho das Artes, Ponto de Cultura Comunidade Audiovisual, Ponto de Cultura Inclusiva, Ponto de Cultura do Urbano ao Rural- União dos Cavaleiros de Diadema, Ponto de Cultura Folia de Reis e Yaquatro Produções

 

Agradecemos:

Casa das Minas de Thoya Jarina, Bou Hou Mina Jeje/Nagô Vodum Toy Agadjá Doçu,Ilê Asé Nochê Abê Manjá Orubarana – Terreiro de Iyemanjá, Padre Nicolau –comunidade no Campanário

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