Pólis realiza o encontro A Paz como Cultura

Participação Cidadã, Cidadania Cultural, Formação, Democracia e Participação
1 de setembro de 2011

 

 

“Não é a paz passiva ou acovardada. Buscamos a paz ativa”. Assim afirmou Lia Diskin (Palas Athenas) na abertura do Encontro A Paz como Cultura realizado na noite de terça-feira, 30 de agosto, no Instituto Pólis. Lia Diskin convidou o público a reconstruir e criar o conceito de paz.


Lia Diskin – Palas Athena

O evento reuniu diversas entidades de São Paulo que trabalham e atuam no campo da cultura de paz e seus temas transversais (saúde, educação, meio-ambiente, direitos humanos, comunicação, Pontos de Cultura etc), buscando aproximar as ações da sociedade e do estado relacionadas às políticas públicas e cultura de paz e aprimorar os projetos públicos de cultura, ampliando seu escopo e campo de atuação.

“Você por acaso sabe qual a sua razão de ser dentro dentro desta instituição?”, compartilhou com o público Danilo Miranda (Diretor SESC SP) sua resposta a um funcionário do SESC Belenzinho que se questionava sobre como tratar os maltrapilhos que frequentavam a unidade. “A missão do SESC é promover cultura com igualdade absoluta, dos ‘normais’ aos maltrapilhos, dos velhos às crianças, e assim promover uma educação pela paz através da não competição e da solidariedade”.


Danilo Miranda – SESC SP

“Demorei para entender o segredo da paz”, compartilhou Willian Ury (ONU), “A paz é a arte de ouvir o ‘terceiro lado’, que é o lado de todos e não das partes”.


William Ury – ONU

Rose Marie Inojosa – Universidade Livre de Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ) relembrou as trajetórias de Eduardo Jorge na busca pela implementação de programas e ações de cultura de paz na Secretaria de Saúde e Meio Ambiente e a origem da UMAPAZ, chamando a atenção para o papel importante do Estado como agente de promoção da cultura de paz através de ações intersetorializadas.

Ana Silvia Puppim – Centro de Direitos Humanos e Educação Popular (CDHEP) reivindicou a extensao das políticas de cultura e cultura de paz e a garantia dos direitos humanos para as regiões mais periféricas da cidade. “É muito dificil promover relações pacíficas onde os direitos básicos são feridos”, afirmou.

Ana Paula do Val disse que de acordo com os resultados das pesquisas que realizou na Zona Sul da cidade, os grupos mais conscientizados sobre o tema da paz são justamente os grupos culturais e de resistência da zona sul da cidade. Do Val citou também os altos indices de violencia praticada e omitida pela guarda civil metropolitana.

“Aplicar a lei não é fazer justiça”, afirmou o inspetor Paulo Rogério de Souza – Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, “devemos orientar, capacitar e conscientizar o agente cobrador de lei a não tirar mais de quem já não tem nenhum de seus direitos garantidos”.

Marta Porto apresentou as diretrizes da Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, e ações que buscam integrar as políticas de cultura e os Direitos Humanos.


Marta Porto – MINC

“Eu não vou vir aqui falar de paz, minhas letras são de guerra e eu vou seguir contando o que acontece lá na minha comunidade para ver se a paz um dia chega”, afirmou o rapper Átila (Família Barro Branco) da Cidade Tiradentes, Zona Leste – São Paulo, no encerramento do encontro.


Átila – Grupo Família Barro Branco

Clara Charf – de Mulheres pela Paz destacou a importância das mulheres e da paz no cotidiano. Sri Prem Baba e o reverendo Elías, líderes espirituais, falaram sobre a necessidade da transformação interior para a cultura de paz e do diálogo inter-religioso.

Estiveram presentes também no diálogo o cantor Chico Cesar, Welington Nogueira (Doutores da Alegria), o juiz Egberto Penido, a pscicodramatista Marisa Greeb, Júlio Lancelotti (Pastoral do Povo de Rua) Adriano Mauriz (da Comissão Paulista dos Pontos de Cultura), Altair Moreira (Inst. Pólis), Martha Lemos (Pontão de Convivência e Cultura de Paz), Marta Arruda (Arte Paineiras – da prefeitura de Arapiraca, Estado de Alagoas) entre outros e uma apresentação especial do ator João Signorelli, Gandhi, um líder servidor.

Hamilton Faria (Instituto Pólis), coordenador do evento, junto com Valmir de Souza, destacou a necessidade de políticas públicas transversais de cultura de paz e a importância da multiplicação das ações de paz em todos os segmentos e espaços da sociedade.

A Ministra Ana Buarque de Holanda, não compareceu e fez-se representar pela secretária Marta Porto, comprometeu-se a construir com o Pólis e com as redes de cultura de paz uma agenda que integra cultura de paz e direitos humanos e irá visitar o Instituto Pólis ainda neste ano.

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