Plano de Controle da Obesidade informa que 50% da população está com excesso de peso
Pesquisas recentes, de abrangência nacional, mostram que cerca de 50% da população está com excesso de peso, e aproximadamente 15% com obesidade (12,5% dos homens e 16,9% das mulheres). Um em cada três escolares apresentam excesso de peso. A cada ano há um aumento médio de 1% da população adulta com excesso de peso e 0,72% de obesidade e entre os indivíduos de famílias mais vulneráveis essa evolução acontece de forma mais expressiva.
Diante desse cenário, o governo brasileiro está no momento de discussão e pactuação preliminar com os setores envolvidos, para atuação prioritária em seis eixos: aumento da disponibilidade de alimentos in natura (frutas, verduras e legumes) básicos e minimamente processados; ações de educação, comunicação e informação; promoção de modos de vida saudáveis; atenção integral à saúde do indivíduo com sobrepeso ou obesidade; regulação e controle da qualidade e inocuidade de alimentos, contemplando medidas relacionadas à publicidade de alimentos, rotulagem nutricional e a melhora do perfil nutricional de alimentos industrializados; e medidas fiscais que favoreçam o acesso e o aumento do consumo de alimentos mais saudáveis, como as frutas e hortaliças.
As ações fazem parte do Plano Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade, que está em fase de elaboração pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), e conta com a participação dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde, da Educação, do Trabalho, das Cidades, dos Esportes, do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura e da Fazenda, e tambémcom o apoio da Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
Segundo o Plano, a obesidade é uma doença multifatorial, cuja determinação está associada a fatores biológicos, históricos, ecológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos. Apesar do impacto ser diretamente observado no setor saúde, onerando o Sistema Único de Saúde, sua determinação remete à necessidade de mobilização e comprometimento de vários setores do governo.
O Plano constata também a pobreza como um dos aspectos determinantes para o crescimento acelerado da obesidade e da desnutrição, duas faces da insegurança alimentar e nutricional.
O Plano tem suas ações focadas em ações estruturantes voltadas para favorecer a adoção de estilos de vida mais saudáveis pela população, com ações de incentivo à produção, abastecimento e oferta de alimentos saudáveis e de promoção à mobilidade e às práticas corporais, podendo haver estratégias específicas para cada fase do curso da vida. O Plano está no momento de discussão e pactuação com os setores envolvidos, e seu lançamento está previsto para o começo de novembro.
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