O que cabe no orçamento do governo Temer?
Segundo especialistas, o desenvolvimento econômico de Temer se torna maléfico ao negar o desenvolvimento social
No 2º Seminário Público do projeto #GovernoSemVoto, realizado pelo Le Monde Diplomatique e a Plataforma Política e Social em parceria com o Instituto Pólis, José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde, Sérgio Haddad, membro da Ação Educativa e Sérgio Gobetti, do IPEA, participaram da mesa que trouxe o debate do desmonte do Estado Social.
Para Eduardo Fagnani, do Instituto de Economia da Unicamp e mediador da mesa, a cidadania social, que envolve não somente os deveres dos cidadãos, mas inclusive o desenvolvimento social desses com o apoio do Estado, se revela “um corpo estranho ao capitalismo brasileiro” de acordo com as propostas do governo Temer. A agenda da extrema direita tem cada vez mais se aproximado da concretude com a retomada dos projetos como a reforma da Previdência Social, a revisão da Lei Maria da Penha, o endurecimento na criminalização do aborto, a perda de direitos sociais adquiridos pelos LGBTT’s, a redução da maioridade penal, o direito ao porte de armas, a cobrança de mensalidades em universidades públicas, o Programa Escola Sem Partido, o fim de programas educacionais como o Fies e o Ciência Sem Fronteiras, a mudança na regra da demarcação de terras indígena. Segundo Temporão, existem hoje 55 projetos de lei que buscam desmantelar muitos direitos adquiridos e acabar com a conquista de novos.
Esses são alguns exemplos de uma dicotomia que a direita criou a partir do amplo conceito de desenvolvimento. O desenvolvimento econômico é benéfico atrelado ao desenvolvimento social e político. Sem um desses três pilares, a ponte para o futuro apodrece. Exemplo desse posicionamento é enxergar saúde e educação como gastos, e não como investimentos. O que cabe no orçamento são interesses econômicos e políticos. O que cabe no orçamento?, questionam os convidados.
Assim como fizeram com o 1º Seminário Público, os promotores do evento reuniram toda a análise crítica feita no 2º Seminário no documento que você pode baixar gratuitamente, clicando aqui.
Confira também o conteúdo do 1º Seminário: Austeridade contra a Democracia.
Assista um pouco do que os especialistas falaram no evento:
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