Instituto Pólis participa do Comitê de Segurança Alimentar Mundial da ONU
O objetivo do encontro foi discutir a Segurança Alimentar e Nutricional ao redor do mundo
No dia 15 de outubro, Dia da Mulher Camponesa, a 43ª Reunião da Sociedade Civil abriu o Comitê de Segurança Alimentar Mundial das Nações Unidas (CFS 43 – sigla em inglês) em Roma, na Itália. O CFS 43 é uma iniciativa do braço Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (Food and Agriculture Organization, FAO), e consiste em uma plataforma internacional que reúne durante uma semana movimentos sociais para discutir a Segurança Alimentar e Nutricional ao redor do mundo.
Com o evento “La lucha de las mujeres por la tierra y los recursos a la Soberania Alimentaria” na abertura, o CFS 43 pretende discutir maneiras sustentáveis de garantir o acesso a uma alimentação saudável e de qualidade para todas e todos. A temática da abertura aparece em um contexto em que nos países em desenvolvimento as mulheres totalizam 43% da força de trabalho agrícola, mostrando que os projetos de SAN ao redor do mundo deve ir além da garantia do acesso a alimentos, mas também pensar outras questões neste âmbito, como as questões de trabalho e de gênero.
O Instituto Pólis participou do Fórum de Urbanização, Transformação Rural e Implicações para a Segurança Alimentar e Nutricional, levando para o âmbito internacional a experiência da construção do Sistema, da Política e do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo. Para Christiane Costa, coordenadora da área de Segurança Alimentar e Nutricional do Instituto Pólis e presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, COMUSAN, a vivência em São Paulo é interessante pois mesmo sendo uma cidade de quase 12 milhões
de pessoas, há a possibilidade de comprar alimentos orgânicos da agricultura familiar. Cerca de 27% da compra total da merenda de estudantes das escolas públicas paulistas são provenientes desse nicho. No entanto, a especialista alerta que esse valor pode sofrer graves mudanças caso o projeto do prefeito eleito João Dória (PSDB) de terceirizar a merenda das escolas se concretize.
Além disso, diante do crescimento contínuo da urbanização – em 2030 prevê-se que mais de 90% da população brasileira viverá em cidades, segundo o Programa da Organização das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) – o tema da Segurança Alimentar e Nutricional precisa vir atrelado às decisões tomadas pela Conferência Habitat III, que aconteceu simultaneamente ao CFS43 em Quito, Equador.
Em reunião da delegação brasileira, Christiane entregou o Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo para o Diretor Geral da FAO, José Graziano, para apresentar as práticas realizadas na maior cidade brasileira por meio da parceria entre sociedade civil ligada à luta de SAN e o poder público municipal. Alguns exemplos são a Quinta da Economia e os bancos de alimentos.
Além de ter participado do Fórum Oficial do CSA (Comité de Seguridad Alimentaria Mundial), o Instituto Pólis também integrou as reuniões do Mecanismo da Sociedade Civil (Civil Society Mechanism, CSM), um espaço internacional de movimentos sociais atrelados à Soberania e à Segurança Alimentar e Nutricional, o qual chamou a atenção para as mudanças climáticas ocorridas nas últimas décadas. O sistema da indústria de alimentos, principalmente a agricultura e a pecuária, recebe críticas não só pela produção de alimentos de baixa qualidade, os quais trazem consequências negativas diretas à saúde, mas também pelo alto impacto que têm no meio ambiente. Mais de um terço das emissões de gases de efeito estufa é proveniente da indústria de alimentos.
Acompanha as atividades também pelo site oficial da FAO
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