Gestão de resíduos sólidos no Chile pode inspirar soluções no Brasil
Duas experiências chilenas na área de reaproveitamento de resíduos podem servir de referência para indicar novos rumos para os sistemas de coleta seletiva no Brasil. Especialistas e ativistas na área de resíduos sólidos – Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis e seu assessor, Abes-RS, Aspan, consultor do Ministério do Meio Ambiente e Instituto Pólis – visitaram o Chile com o objetivo de recolher elementos que sirvam de referência na construção de um sistema público de reaproveitamento e redução de resíduos.
Ponto de coleta seletiva no município de Vitacura
A visita foi promovida pela ABIVIDRO, com o intuito de abrir o debate com a sociedade civil organizada sobre a responsabilização do setor produtivo na gestão das embalagens pós-consumo produzidas e distribuídas pelas empresas, tal como está previsto no Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
Foram escolhidas duas experiências desenvolvidas na região metropolitana de Santiago do Chile. A primeira é um centro de coleta seletiva localizado no município de Vitacura, onde está disponível toda uma infraestrutura que proporciona à população a possibilidade de dar um destino correto aos materiais recicláveis domiciliares, e também aos restos de remédios vencidos, pilhas, eletrodomésticos e eletrônicos, entre outros.
A segunda experiência envolve a coleta seletiva de resíduos orgânicos e a produção de biodiesel a partir de óleo de cozinha descartado. O programa está sendo desenvolvido em um município de baixa renda também na região metropolitana de Santiago, La Pintana. A população do local participa depositando seus resíduos orgânicos em recipiente específico fornecido pelo serviço municipal de coleta. O programa mostrou até agora uma taxa de aproveitamento de 25% dos resíduos orgânicos produzidos e a utilização do composto (adubo) em parques e áreas verdes do município.
“A experiência da compostagem é uma referência muito importante para nós porque mostra que o sistema de reaproveitamento integral dos resíduos é viável por utilizar circuitos curtos de coleta de resíduos orgânicos e também por inverter a lógica convencional de coleta seletiva que prioriza os materiais secos descartados”, avaliou a coordenadora de Ambiente Urbano do Instituto Pólis, Elisabeth Grimberg.
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