Formações artísticas reúnem jovens monitores/as culturais da cidade de São Paulo

Cidadania Cultural, Juventudes, Formação, Democracia e Participação, Convivência e Paz
1 de setembro de 2015

Espetáculo “Carne – Patriarcado e capitalismo”, da Kiwi Companhia de Teatro, e Sarau Junino compuseram momentos de encontro

do Pontão de Convivência e Cultura de Paz do Instituto Pólis

Com o objetivo de promover o encontro entre todos/as os/as jovens monitores/as culturais que atuam nos equipamentos públicos de São Paulo, a Ação Educativa e o Instituto Pólis organizaram formações do Programa Jovem Monitor/a Cultural em conjunto, com a ideia de fomentar trocas de experiências entre os/as jovens, bem como fortalecer a política pública na cidade.

Os/as jovens puderam conversar com a companhia Kiwi sobre temas referentes ao espetáculo apresentado

Os/as jovens puderam conversar com a companhia Kiwi sobre temas referentes ao espetáculo apresentado

O primeiro encontro ocorreu na tarde da segunda-feira (01/06) para prestigiar o espetáculo “Carne – Patriarcado e capitalismo”, da Kiwi Companhia de Teatro. Com larga trajetória na discussão de temas sociais e políticos através do teatro, a Kiwi iniciou as apresentações públicas deste espetáculo ainda em 2010, com o objetivo de provocar discussões em torno das relações profundas entre patriarcado e capitalismo. Para a montagem, o grupo se inspirou em autoras como Elfriede Jelinek, prêmio Nobel de Literatura em 2004, e Michelle Perrot, historiadora e professora emérita da Universidade Paris VII.

A peça apresenta duas mulheres em cena, que atuam, cantam, utilizam objetos domésticos e pintam-se obsessivamente. Intercaladas às cenas, são apresentadas estatísticas sobre as violências cometidas contra as mulheres no país, além de imagens publicitárias e de artistas contemporâneos. O objetivo é escancarar a desigualdade de gênero e o panorama desse tipo de opressão, em especial a situação específica da violência contra as mulheres no Brasil.

De acordo com estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no período de 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios (mortes de mulheres decorrentes de conflitos de gênero) no Brasil. Tal número configura aproximadamente 5.000 mortes por ano. Vale destacar que grande parte desses crimes estão ligados à violência doméstica e familiar. Veja mais aqui.

O projeto “Carne” vai além do trabalho cênico. Incluiu também debates e oficinas, que abordaram as temáticas centrais do trabalho: feminismo, marxismo, patriarcado e capitalismo. Somente o trabalho cênico de “Carne” foi apresentado mais de 70 vezes em todas as regiões da cidade de São Paulo, sempre em parceria com coletivos artísticos, movimentos sociais e organizações populares.

Após a apresentação, o grupo de jovens monitores/as culturais das duas organizações falou sobre as questões apresentadas na peça, trouxe perguntas sobre o processo de construção do trabalho, as possibilidades da linguagem teatral, as políticas públicas que tratam do tema, o feminismo, a violência e a opressão de gênero. Confira alguns momentos desse dia, as falas da atriz Fernanda Azevedo e da jovem monitora Mirna Neit Félix, que atua no Teatro Décio de Almeida Prado:

 

Já no mês de junho, aproveitando o clima junino da época, os/as jovens monitores/as se reuniram em um sarau junino no CCJ – Centro Cultural da Juventude na segunda-feira (29/06).

Pela manhã, os/as jovens do próprio espaço apresentaram os eixos e as atuações do centro cultural através de um passeio pelo local. À tarde, o Sarauzão Junino dos Jovens Monitores/as Culturais foi o momento de reunião do coletivo, em que foram apresentadas poesias autorais e de escritores/as reconhecidos/as, músicas, encenações e performances.

A banda de forró pé de serra Trio Macaíba, formada pelos músicos Cleber Almeida, Beto Corrêa e Ramon Vieira conduzindo instrumentos como sanfona, triângulo e zabumba, tocou a festa após o sarau. Veja a opinião da jovem monitora Mayara Dias, que atua no CCJ:

Saiba mais:

Veja o documentário “Carne”, que registrou parte do processo da Kiwi Companhia de Teatro com o trabalho.

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