Encontro AJAYU reúne participantes de quatro nacionalidades e traz propostas para o II Congresso Latino Americano de Cultura Viva Comunitária

Cidadania Cultural, Convivência e Paz
28 de agosto de 2015

No dia 17 de agosto o Pontão de Convivencia e Cultura de Paz do Instituto Pólis realizou o AJAYU, encontro preparatório para o II Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária, a ser realizado em outubro em El Salvador. O evento, realizado em parceria com o Instituto Pombas Urbanas, reuniu participantes do primeiro congresso, em La Paz, Bolívia, e interessados em construir ideias e propostas sobre a Cultura Viva na América Latina.

Marcaram presença os coletivos Filhos da Dita, Grupo de Circo e Teatro Palombar, Cia Aos Quatro Ventos, e As Três Marias, o Sol e a Lua. De fora do país, vieram o grupo chileno Aleph, integrantes da Corporación Cultural Nuestra Gente e o diretor Jorge Blandón, da Colômbia, o grupo peruano Vichama, de Cezar Escuza. Também compareceu o historiador, gestor cultural e escritor Célio Turino, criador do programa Cultura Viva. O evento também contou com representantes públicos: Alexandre Santini, do Ministério da Cultura (MinC), Nabil Bonduki, secretário municipal de cultura de São Paulo, e Natália Cunha, representante do governo do estado de São Paulo.

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Hamilton Faria recita “Relógio de América”

O encontro foi aberto a partir da leitura do poema Relógio de América, de Hamilton Faria, poeta e coordenador de Cultura do Instituto Pólis. Em roda, os participantes foram incentivados a fazer algumas respirações profundas para evocar o pleno estado de presença e, em seguida, convidados a apreciar canções de origens latinas. Entre “Mama Africa”, de Chico César, e “Gracias a la vida”, de Mercedes Sosa, foram relatados sentimentos como dor, alegria, “força para seguir em frente”, “espírito sem fronteiras”.

 

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Alexandre Santini, do MinC

Hamilton Faria falou do significado de AJAYU, palavra aymara que significa força vital, aquilo que nos move. Em seguida, o grupo compartilhou vivências do Cultura Viva Comunitária e teceram propostas para o congresso por vir. Célio Turino trouxe a importância da cultura e seu valor para a preservação da memória: “A ciência não é a única via para o conhecimento , devemos unir o científico do ancestral”.

“Devemos pensar por meio do biocentrismo – cultura é natureza, natureza é cultura”, disse Alexandre Santini, que expressou calorosa saudade do I Congresso, onde se reuniram 1.200 pessoas da América Latina e, dos quais cerca de 100 delegados de pontos de cultura paulistas. O representante do MinC disse que o governo apoiará uma caravana para El Salvador e recomendou que os coletivos de outros países façam parcerias com seus governos para que também enviem seus representantes ao encontro – se necessário, solicitando apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA). “Essa é uma grande oportunidade de reconhecer a cidadania cultural e potencializar atores para ampliar o sentido de cultura de paz, indagando e descobrindo possibilidades de diálogo intercultural”, conclui.

O mestre peruano Cesar Escuzo relatou que em seu país há atualmente mais de 180 conflitos meio às comunidades indígenas – conflitos ambientais, por interesses econômicos -, em um país amazônico com diversas reservas minerais. “O Peru segue por mais de 500 anos sofrendo”, disse. “Mas cada vez que me encontro com gente como vocês nos nutrimos, e cada dia somos ‘mais gente do território’, lutando, conectando las neuronas de la cabeza, compartilhando momentos visionários”.

Foram sugeridas as seguintes propostas para o próximo Congresso:

– Abraçar o tema Convivência e Bem Comum

– Fortalecer a rede latino-americana de Cultura Viva Comunitária

– Levar a El Salvador a energia de Ajayu

– Destacar a Cultura de Paz

– A importância da ancestralidade

– A afetividade que nos une: a unidade na diversidade

– A interculturalidade na América Latina

– Discussões sobre convivência e intolerância

– Educação e Cultura

Via Skype, Marlei Arguera da Red Salvadoreña, coordenadora do II Congresso de Cultura Viva Comunitaria,  fala desde El Salvador: “Estamos esperando de 1.000 a 1.500 pessoas”. Ela informa que os organizadores estão criando uma plataforma para inscrição e proposição de oficinas e palestras e informação sobre a programação, que será divulgada em breve.

Chegando ao final, Hamilton leu a conclusão do círculo de visão de cultura de paz em La Paz, no Congresso de 2013: “A Rede Cultura Viva Comunitária não é apenas um lugar cultural e político, mas também de encontro afetivo, amoroso, de descolonização dos corpos e desarmamento dos espíritos; deve ser a expressão da Cultura de Paz na América Latina e constituir uma poética do encontro, a partir de nossas potências afetivas, pertencimento à natureza e diálogos com fortes cosmogonias ancestrais”.

Um grito AJAYU!

Para saber mais informações, acompanhe a página do II Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária no Facebook

Leia também: Encontro debate preparativos para Congresso em El Salvador – Portal do Ministério da Cultura

Assista à gravação do encontro:

 

Para ver em tela cheia, clique aqui.

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