Defender o SUS é defender a democracia

Participação Cidadã, Democracia e Participação
7 de abril de 2016

Diante deste cenário que põe em jogo conquistas sociais da Constituição de 1988, a Plenária Municipal de Saúde e o Movimento Popular de Saúde destacam defesa da democracia e a participação popular no processo de políticas públicas de saúde neste dia 7, Dia Mundial de Saúde .

A carta manifesta a defesa ao SUS (Sistema Único de Saúde), considerado resultado de lutas sociais de diversos movimentos, reivindica políticas de enfrentamento a discriminações, se contrapõe a ataques aos direitos de trabalhadoras e trabalhadores e se posiciona contra à privatização de gestão de serviços públicos.

O documento também expõe sua posição perante leis e políticas mais específicas como pela destinação mínima das Receitas Brutas da União para a saúde, pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, pelo fim da medicalização e patologização da população e pelos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.

Leia a carta na íntegra:

aDiante das ameaças às conquistas sociais alcançadas na Constituição de 1988, que hoje partem especialmente das bancadas no Congresso Nacional a serviço dos interesses do mercado e contrárias aos direitos de todos, convocamos a participação popular no Dia Mundial de Saúde (7 de Abril) em defesa da democracia.

Contrapomos aos ataques ao direito à saúde e manifestamos mais uma vez nossa incondicional defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), que é resultado das lutas sociais de um amplo conjunto de movimentos, conquista do povo brasileiro, fundada nos princípios da universalidade, integralidade, equidade e descentralização, com base no controle social e na ampla participação da comunidade.

Contra toda e qualquer discriminação, queremos políticas de enfrentamento, e o direito à participação e inclusão dos segmentos sociais vulneráveis, mulheres, pessoas idosas, população negra, povos indígenas, juventude, pessoas com deficiências, quilombolas, ciganos, matriz africana, seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco-de-babaçu, ribeirinhos, caiçaras, população do campo, LGBTT, em situação de rua, entre outros.

Contra a criminalização dos movimentos sociais, defendemos a implantação da Política Nacional de Participação Social, instrumento de consolidação da participação social como método de governo.

Contra todos os ataques aos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, defendemos reformas que aprofundem a democracia e fortaleçam a participação social nas decisões políticas, em especial por meio de plebiscito, referendo, projetos de lei de iniciativa popular com tramitação prioritária no Legislativo e mecanismos de democracia direta.

Contra a adoção de modelos privatizantes de gestão dos serviços públicos, denunciamos a ineficácia e a ineficiência da transferência de equipamentos do SUS para a iniciativa privada e, como já foi defendido em diversas conferências, manifestamos nossa oposição às OSs (Organizações Sociais), Oscips (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), Fundações Estatais de Direito Privado e à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, defendendo a revogação das leis que as criaram.

Em defesa da saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas, nos manifestamos:

1. Pelo controle social com autonomia e independência perante a gestão, pelo respeito e implementação das deliberações dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde nas três esferas de governo;

2. Por um Plano de Carreira Nacional para trabalhadoras e trabalhadores do SUS, com concursos públicos pelo Regime Jurídico Único, formação e capacitação permanente;

3. Contra a PEC 451/2014 que afronta o SUS e a saúde como direito e dever do Estado, estabelecendo que empresas contratem planos de saúde privados para os trabalhadores;

4. Contra os subsídios públicos e pelo fim da renúncia fiscal aos planos privados de saúde e em apoio à instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os planos de saúde;

5. Contra a entrada do capital estrangeiro nos serviços de assistência à saúde e pela revogação do artigo 142 da Lei 13.097/2015;

6. Contra cortes e contingenciamento ao Orçamento da saúde e contra a EC 358/2015 que trata do orçamento impositivo, por retirar recursos da saúde pública;

7. Pela destinação mínima de 10% das Receitas Correntes Brutas da União, ou equivalente, para a saúde, e contra a prorrogação da DRU (Desvinculação das Receitas da União);

8. Pela taxação de grandes fortunas como nova fonte de recursos para a saúde e pela Reforma Tributária;

9. Pela eliminação do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal para despesa com pessoal e apoio ao PL 251/2005, que amplia a possibilidade de gastos com pessoal para o setor saúde;

10. Contra o PL 131/2015, do Senado, que entrega a exploração do Pré-Sal ao capital internacional, acaba com o Regime de Partilha e revoga a participação obrigatória da Petrobras, prejudicando o financiamento do SUS com o esvaziamento do Fundo Soberano do Pré-Sal, que prevê a destinação de recursos para a saúde e educação;

11. Em defesa da Petrobras, que corresponde a 13% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, e contra a privatização da estatal;

12. Contra o PL do Senado 30/2015 (PL 4330/2004, da Câmara), que defende a terceirização e flexibilização do trabalho, que permite a terceirização inclusive da atividade-fim, rompendo com todos os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros;

13. Contra as Medidas Provisórias 664 e 665, convertidas nas Leis 13.134/2015 e 13.135/2015, que retiram direitos previdenciários e trabalhistas;

14. Por uma política econômica que preserve emprego e renda sem diminuir investimentos sociais;

15. Por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político Brasileiro, eleita por meio de financiamento público de campanha;

16. Pela implantação da Política Nacional de Saúde da trabalhadora e do trabalhador e pela penalização do assédio moral no trabalho;

17. Contra qualquer forma de manicômio, por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, pelo fim das internações involuntárias e compulsórias e contra a destinação de dinheiro público às comunidades terapêuticas;

18. Contra a privatização dos recursos naturais, pelo acesso à água como direito humano e pelo fim da impunidade aos crimes ambientais;

19. Pelo uso racional dos insumos e tecnologias de saúde com o fim da medicalização e patologização de nossa população;

20. Pelos direitos sexuais e reprodutivos, contra o PL 5.069/2013, que dificulta o acesso ao aborto legal para mulheres vítima de abuso sexual, e pela descriminalização do aborto;

21. Pelo fim do genocídio da população negra e pela aprovação do PL 4.471/2012, que elimina a denominação “autos de resistência” (ou “resistência seguida de morte”), nos registros de ocorrências, para algo “lesão corporal (ou morte) decorrente de intervenção policial”;

22. Pela defesa da infância e juventude brasileira, contra a PEC 171/1993 que reduz a maioridade penal em tramitação no Senado e pelo fortalecimento das políticas públicas de educação;

23. Por uma reforma do Judiciário para a cidadania, com controle social.

Plenária Municipal de Saúde de São Paulo

Plenária Estadual de Entidades e Movimentos de Saúde de São Paulo

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4 respostas em “Defender o SUS é defender a democracia

  1. sou advogado no rio de janeiro
    e gostaria antes de tudo parabenizar pelo excelente trabalho que o webmaster (dono,analista,etc)deste site fez e digo que faltam sites com esta estrutura no pais e sites como este elevam a moral da sociedade(são de extrema relevância),apresentam ideias e dão oportunidades das pessoas demostrarem suas ídeias e pensamentos sobre os temas elencados.por favor não deixem de lado este projeto,criem fóruns de discussão,fóruns de denúncias,abas de dowlodas de documentos que tragam mais instruções sobre os temas abordados.estou orando pelo crescimento deste site ,que a paz de cristo o amor da ave maria e o carinho de são jose ilumine a cada dia ao dono e a todos os participantes deste site,para que o sucesso os alcancem acordados e dormindo,de pé ou deitados.a paz de cristo e espero um novo post com mais aprofundamentos sobre este tema heim ,vlw

    ah quanto ao tema abordado gostaria de dizer que nem tudo ah quanto ao tema principal a abordagem foi satisfatória demais apesar de curta ao meu ver poderiam ter mais dados especificos pois existe esta possibilidade ,mas novamente fiquei encantado com a qualidade da literatura demosntrada

    !!! NÃO ESTOU PUXANO SACO NÃO HEIM!!!!!

    GOSTARIA APENAS DE FAZER ISSO CONSTAR

    FIQUE EM PAZ E ATÉ O PRÓXIMO CONTEÚDO

    ATT DR NERI

  2. olá como meus caros amigos lá em cima já disseram realmente seu site é muito bem organizado gostaria de parabenizar com todo afinco e de todo coração.agora quanto ao tema abordado também gostaria de dizer que como sou advogado no rio de janeiro observo que o desrespeito a constitucional federal está muito óbvia em alguns casos com as dificuldades que os de menor posse passam apra ter acesso a algo tão essencial quanto a saúde e neste caso a proteção do direito a manutenção do SUS MAS SEM SOMBRA DE DÚVIDAS DOS PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM PELO E PARA O SUS,COMO É O CASO DOS MÉDICOS,ENFERMEIROS,TÉCNICOS,MAQUEIROS ETC.

    gostaria ainda de dizer acompanho sempre o instituto polis e quero agradecer por tudo que o site tem contribuido para a minha atualização na informação.deus abençõe e continue semrpe assim

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