A hora e a vez da juventude em São Paulo

Participação Cidadã, Juventudes, O que é Direito à Cidade?, Democracia e Participação
26 de março de 2013

Encerrando o ciclo da Sessão de Diálogo de março, na última terça-feira (26), o Pontão de Convivência e Cultura de Paz realizou bate-papo com o tema: Políticas Públicas de Juventude: violência e Cultura de Paz, com a participação de Gabriel Medina, atual coordenador da juventude da Sec. de Direitos Humanos e Participação Social.

Num encontro descontraído, Medina apresentou os desafios de criar um programa para juventude do município. De acordo com o coordenador da juventude, o foco principal da atual gestão é criar espaços e condições para formação dos jovens e criar dispositivos que erradiquem o alto índice de mortalidade na população jovem de São Paulo.

Medina apresentou números alarmantes sobre o atual estado de abandono e violência na qual estão condicionados os jovens das periferias paulistanas: “57,6% dos jovens mortos em São Paulo são negros, 70% são mortos pela policia e 30% mortos na zona sul. O principal projeto da coordenadoria é desconstruir o aparelho que mata a juventude sistematicamente. Criar programas que valorizem a vida”.

A principal bandeira da atual gestão é implantar o Programa Juventude Viva da SEPPIR – Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, do governo federal. “É um programa de afirmação de direitos. A partir da identificação de territórios com altos índices de mortalidade, criaremos e articularemos instrumentos para minimizar tais dados, criando projetos de educação, cultura, saúde e capacitação profissional”.

A fim de dialogar e estruturar espaços onde o jovem se sinta representado e incentivado intervir na cidade, Medina destacou que uma das principais ações da coordenadoria será promover bate-papos nas regiões onde a juventude possa se articular e compreender que o Estado é um aliado e não um inimigo.

 

Para o colombiano Jorge Blandón (Corporación Nuestra Gente): “é necessário pensar a idéia de reencantar o mundo. Quando você era jovem, o que você pensava? O direito à cidadania é um direito de todos ao nascer”.

Hamilton Faria, coordenador geral do Pontão de Convivência e Cultura de Paz, destacou que “o que vemos é um hiato entre a formação social e a formação política do jovem: como promover esse encontro?”.

Fomentar o protagonismo entre os jovens, construir espaços e uma rede de ações onde a juventude possa se expressar politicamente, culturalmente, para além dos espaços de convívio e formação profissional, são os aspectos que norteiam a construção de uma política de juventude que possibilite ao “jovem ser jovem”, afirmou Medina.

“Na perspectiva das políticas de afirmação de direitos, fizemos uma roda de conversa que permeou todos os temas refletidos. Os espaços públicos de socialização e de cultura (poucos na cidade) e o Direito a Cidade com arte e cultura de paz indicam um caminho a seguir”, afirma a educadora e psicóloga Martha Lemos que mediou o encontro.

 

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