Gestores da América Latina assumem compromisso de fortalecer a cultura viva comunitária

Cidadania Cultural, Inclusão e Sustentabilidade, Formação, Desenvolvimento Econômico Local, Democracia e Participação, Convivência e Paz
23 de maio de 2013

O I Congresso Latinoamericano Cultura Viva Comunitária se encerrou no dia 21 de maio. O evento teve ampla participação de gestores públicos da América Latina, entre eles Márcia Rollemberg e Pedro Vasconcellos, da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural -MINC, e Gil Marçal, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. O Pontão de Convivência e Cultura de Paz do Instituto Pólis foi um dos articuladores do congresso no Brasil e organizou o círculo de visão Cultura de Paz.

Diversos atores culturais, incluindo pontos de cultura brasileiros, se reuniram para reivindicar políticas públicas para a cultura comunitária, à exemplo dos programas Cultura Viva e Vai, formulados pelo Ministério da Cultura do Brasil.

“Foi muito importante a possibilidade de dialogar com atores sociais de vários países. Do círculo organizado pelo Pontão do Pólis, participaram integrantes do Peru, da Argentina, da Colômbia, da Guatemala, do Rio de Janeiro, da Bolívia, do Paraguai, da Costa Rica e aqui do Brasil, claro”, diz Martha Lemos, assessora técnica em Educação e Metodologia do Pontão de Convivência e Cultura de Paz.

Além disso, Martha ressalta a diversidade de linguagens presentes do congresso. “Exercitamos a ideia de ouvir para compreender, tão presente na cultura da paz, numa ampla dimensão, pois em la Paz se manifestaram diversos costumes, hábitos e visões de mundo. E mesmo assim, havia uma unidade, o sentimento de pertencimento à uma cultura latinoamericana”, diz.

Outra questão que chamou a atenção foi a forma como as pessoas utilizam o espaço público em La Paz. “Os bolivianos utilizam muito a rua. Nossas mesas aconteceram de segunda e terça-feira e a rua estava lotada o tempo todo. Eles estavam sentados  em praça pública. Na Bolívia, as pessoas usam a rua”, diz Wanda Martins, do Pontão Pólis e fundadora da ONG Ilú Obá de Min. “Ficamos num bairro chamado centro velho, mas fui também para região periférica e lá acontecia a mesma coisa.”

Além disso, foi necessário mudar o ritmo, desacelerar, diz Wanda. “Em La Paz [a 3.660 metros de altitude] não conseguíamos dar dois passos sem respirar corretamente. Começamos a avaliar nossa postura ao caminhar e, a cada cinco minutos, alguém lembrava que precisávamos beber água. Também tivemos que rever a alimentação e vetamos a bebida alcóolica. Isso é respeitar o seu corpo, nós vivenciamos isso lá. E o respeito ao corpo permeia a cultura de paz”, diz.

Na praça São Francisco, o grupo Ilú Oba de Min se apresentou para uma multidão. “Foi impressionante. A praça tinha o dobro do tamanho da Sé [em São Paulo] e estava lotada”, conta Wanda.

“Foram verdadeiros comícios culturais”, diz Hamilton Faria, poeta e coordenador da área de Cultura do Pólis. “O encontro tinha entre 1.500 e 2.000 pessoas. Só do Capão Redondo [região sul de São Paulo} tinha mais de 200 pessoas. Foi um encontro fortemente cultural e simbólico, que se deteve muito nas poéticas, na troca de experiências culturais e de trabalhos.”

A partir do encontro, o Pontão de Convivência e Cultura de Paz elaborou propostas de práticas cotidianas que vão influenciar nas políticas públicas da Cultura para o Brasil e a América Latina.

O que é Cultura Viva Comunitária?

São pessoas e comunidades que promovem a cultura, considerando a importância do patrimônio cultural, o fortalecimento local e o desenvolvimento a partir da arte e o respeito aos direitos humanos.

O objetivo da rede de Cultura Viva Comunitária é potencializar iniciativas culturais já existentes, promover os direitos culturais e estimular a criação de novas iniciativas, contanto com apoio técnico, tecnológico e financeiro dos gestores públicos de cada município e país latinoamericano.

Assista abaixo ao vídeo realizado durante o I Congresso Latinoamericano Cultura Viva Comunitária.

 

 

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