Pólis reúne pesquisadores culturais da América Latina.
No dia 16 de junho de 2012 aconteceu no Instituto Pólis um encontro sobre Pesquisa Cultural na América Latina. O encontro contou com a presença de ativistas culturais que passavam por São Paulo na Caravana Por La Vida. (Saiba mais sobre a Caravana)
Desafios para políticas públicas de cultura na América Latina e pesquisa comunitária foram temas debatidos no evento.
Hamilton Faria (Pólis) abriu o evento falando sobre a “tensão fundamental civilizatória: a mercantilização da vida” e lançou perguntas para os convidados: “O que é pesquisa comunitária? Como fortalecer as redes culturais? As redes são mais do que realidades virtuais? É possível que sejam fortalecidas por meio da pesquisa comunitária? A pesquisa pode se combinar com a formação também? Quais são os métodos de ação cultural e a relação com a pesquisa? Quais são os papeis das novas tecnologias?”.
Altair Moreira (Pólis) refletiu sobre a falta de expressão da diversidade na política “que trata todos como igual”: “há um número enorme de novas narrativas acontecendo nos territórios, e as políticas publicas não sabem conviver com elas. A nova geração descobriu o orgulho de viver em seus bairros. Quando começou o movimento hip hop esta questão era trazida por eles”. Altair Moreira sugeriu a substituição do termo “produtores culturais” por “criadores culturais”. “A idéia de produtor cultural está ligada ao mercado”.
Jorge Blandon (Corporacion Cultural Nuestra Gente) descreveu projetos de bairros e formas de sustentabilidade de projetos culturais em Medelín. Sobre os desafios da pesquisa cultural, Blandon falou sobre a necessidade de organizações culturais sairem “de si e de conversem com outros grupos, em outros espaços”.
Célio Turino (criador do Programa Cultura Viva – Pontos de Cultura no Brasil) discorreu sobre as dificuldades e desafios da articulação “cultura/Estado” e apresentou métodos e conceitos do Programa Cultura Viva, “6 anos, 6 mil municípios, combinação de caos e ordem”.
“Cultura+natureza=cultura viva” começou falando Ivan Nogales (Teatro Trono Compa). Criticou a segregação excessiva entre corpo/mente e apresentou definições do conceito que criou “corporologia”, sendo algumas:
1. Inexistência do poder hierárquico
2. Integridade
3. O outro
4. Espaços de bem estar coletivos
5. Migrar para o centro
6. Ajayu (“alma”)
Também estiveram presentes Carolina Caffé (Cartovideografia de Cidade Tiradentes), Maria do Rosário Ramalho (Programa VAI – Secretaria Municipal de Cultura), Sebastião Soares (experiências culturais da Zona Leste), Eleilson Leite (Pesquisa Estética da Periferia), Adriano Mauriz (Instituto Pombas Urbanas), Daniel Hylário (Pesquisa livro Cidade Tiradentes – de onde ecoam suas vozes), Julia Neiva ((Rede Logo Link Internacional A.L), e Eduardo Balan (Culembron Timbal – Red Latinoamericana de Arte y Tranformación Social-Plataforma Puente Cultura Viva Comunitaria).
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