Comitê de Catadores de São Paulo realiza debate sobre o modelo de recuperação de recicláveis na cidade de SP

Participação Cidadã, Resíduos Sólidos, Inclusão e Sustentabilidade, Desenvolvimento Econômico Local, Democracia e Participação
21 de novembro de 2013

O Comitê de Catadores de São Paulo promoveu, no dia 14 de novembro, um debate sobre o modelo de recuperação de recicláveis com inclusão dos catadores na cidade de São Paulo.

Participaram do debate representantes da AMLURB, Paulo Gonçalves e Djalma Gouveia, e Elisabeth Grimberg, coordenadora da área de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis, além do próprio MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis).

Na ocasião, a Prefeitura teve a oportunidade de apresentar um modelo de recuperação dos resíduos recicláveis para os catadores.

“Nossa principal preocupação é em relação ao consórcio, queremos saber como será a participação dos catadores que ainda não estão conveniados com a prefeitura. Acreditamos que deva existir também o pagamento por serviço prestado, pois não é porque haverá megacentrais de triagem que se deve deixar de lado o serviço prestado por catadores organizados e que não têm vínculo”, disse Eduardo (Dudu) Ferreira, representante do MNCR.

O Pólis analisou como o modelo proposto pela prefeitura deveria contemplar a participação do conjunto dos catadores, sejam os organizados em associações e cooperativas, sejam os avulsos, de forma a valorizar o trabalho que já é feito por cerca de 100 grupos. Assinalou que fortalecer estes grupos traz benefícios para a cidade porque o sistema de recuperação de recicláveis irá se qualificar, garantir condições adequadas de trabalho e também irá funcionar de forma descentralizada, o que evita que se transite com grandes volumes de materiais por toda a cidade até sua comercialização final.

Com base no Artigo Nº 33 da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Elisabeth Grimberg reafirmou a importância de “se responsabilizar o fabricante, o importador, o comerciante e o distribuidor, ou seja, a cadeia produtiva, pelo custeio desta logística reversa [que inclui a infraestrutura e a operação da coleta seletiva], assim como a remuneração do trabalho dos catadores”.

E, para que isso seja feito de forma ampla e participativa, a coordenadora do Pólis sugeriu a realização de um planejamento estratégico com a presença das diversas secretarias de governo que têm interface com o tema e intersetorial, com representantes do Comitê de Catadores e instituições da sociedade civil que atuam neste campo.

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