Prefeito de São Paulo anuncia o VAI 2, programa de incentivo à cultura

Participação Cidadã, Cidadania Cultural, Democracia e Participação, Convivência e Paz
25 de novembro de 2013

Foto:João Luiz/ SECOM

 

A criação do VAI 2 (Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais) foi sancionada pelo prefeito Fernando Haddad, no dia 8 de novembro, em ato solene de assinatura da Lei. O programa, que tem 10 anos de existência, já financiou 1.144 projetos de jovens entre 18 e 29 anos, beneficiando principalmente jovens da periferia de São Paulo.

Na ocasião, Gil Marçal, da Secretaria Municipal de Cultura, destacou o protagonismo do VAI e fez um paralelo com os pontos de cultura, ambos políticas culturais que marcaram o Brasil contemporâneo. Marçal também fez um levantou do histórico do programa em São Paulo.

Daniel Marques, um dos organizadores do Sarau “O que Dizem os Umbigos”, do Itaim Paulista, afirma que o VAI veio preencher uma lacuna que responde à carências de apoio cultural e destacou a importância de ampliar o apoio economico, criando uma lei de fomento à periferia.

Elisandra Souza, agente cultural da periferia e participante do VAI, destaca o visível protagonismo cultural das mulheres negras e denuncia a criminalização dos espaços culturais da periferia e a morte de jovens negros pela polícia.

O vereador Nabil Bonduki, criador da lei do VAI, destacou a vida cultural da periferia, que ganha força com o programa, a importância do VAI na transformação da paisagem cultural da cidade e o protagonismo dos jovens. Disse que o VAI surge de um processo de diálogo com a juventude da cidade de São Paulo  que trata-se de um programa de baixo custo e alto impacto. Na ocasião, disse ainda que seu compromisso com a cidade é “derrubar o muro da periferia”.

O secretário de Cultura, Juca Ferreira, anunciou também a instalação de 350 pontos de cultura na cidade, cujo edital deve ser lançado em meados de novembro. Os pontos de cultura são espaços de fomento cultural espalhados pelo território, ligados ao programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura.

Foto: Juca Ferreira, Nabil Bonduki, Fernando Haddad, Elizandra Souza e Daniel Marques/Crédito: João Luiz/ SECOM

O prefeito Fernando Haddad ressaltou seu compromisso com a cultura, a ideia de se pensar culturalmente a cidade, o diálogo entre cultura e educação e a responsabilidade de fazer da cultura um elemento transformador da cidade. O prefeito assinou a lei do VAI e reafirmou a continuação do programa na cidade.

Para Hamilton Faria, coordenador do Instituto Pólis e também um dos idealizadores do VAI, o programa VAI 2 vem reafirmar a continuidade de projetos que reforçam a criatividade dos jovens e a diversidade cultural da cidade. “Não há dúvida de que é um programa inovador, que apoiou mais de 1.000 projetos, quando a periferia da cidade ainda estava excluída dos resultados do desenvolvimento cultural. O VAI 2 contribui para que os jovens envolvidos nas manifestações culturais possam afirmar o seu direito à cidade”.

No evento, Maria do Rosário Ramalho, assessora do vereador Nabil Bonduki (PT), foi homenageada por sua contribuição na criação e consolidação do VAI.

Foto: Nabil Bonduki, Maria do Rosário e Hamilton Faria/ Crédito: João Claudio de Sena

O que muda?

Entre as mudanças que possibilitam a ampliação do programa está o acréscimo de dois novos artigos à Lei nº 13.540/2003 e altera a redação de diversos artigos. O programa passa a ser dividido em duas categorias: VAI I, destinada a grupos e coletivos compostos de pessoas físicas, jovens entre 18 e 29 anos, de baixa renda; e VAI 2, que é destinada a grupos e coletivos compostos por jovens ou adultos de baixa renda, que tenham, no mínimo, dois anos de atuação em localidades com alto índice de vulnerabilidade, desprovidas de recursos e equipamentos culturais.

Segundo o autor do projeto, Nabil Bonduki, a mudança é uma solicitação do Conselho Municipal da Juventude e de participantes do VAI. Segundo eles, quando acaba o período de fomento pelo programa, os grupos têm encontrado dificuldades para manter suas atividades.

O texto aprovado divide o projeto em duas modalidades, o VAI 1 e o VAI 2. O primeiro continuará a atender grupos de jovens de 18 a 29 anos, enquanto o último será destinado a coletivos que já tenham passado pela primeira etapa do programa ou tenham experiência com ações culturais.

O VAI 2, para projetos de continuidade também teve seu valor aumentado para R$ 60.000, enquanto o valor do VAI 1 é de R$ 30.000.

O VAI tem por objetivo estimular a criação, o acesso, a formação e a participação do pequeno produtor e criador mala direta no desenvolvimento cultural da cidade; promover a inclusão cultural e estimular dinâmicas culturais locais e a criação artística.

Entre os projetos aprovados há uma variedade de linguagens. Há montagem, produção e apresentação de espetáculos e performances nas áreas de teatro, dança e música; há exibição e produção de vídeos e gravação de cds; oficinas ligadas às diversas linguagens artísticas, eventos culturais com mala direta, manifestações de rua e em espaços fechados; há festivais, cultura indígena, cultura popular, capoeira, rádio, hip hop, produção e publicação de jornais, revistas e livros, saraus, contadores de histórias, biblioteca, videoteca, memória, formação de produtores culturais, cultura digital, desenho, entre outros.

VEJA AQUI A LEI DO VAI

 

 

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