Mulheres negras marcharão em SP contra o racismo e as opressões de gênero no próximo dia 25 de julho

Participação Cidadã, Cidadania Cultural, Democracia e Participação, Convivência e Paz
21 de julho de 2016

Como forma de promover o Bem Viver e enfrentar o racismo, o machismo, a lesbofobia (preconceito contra lésbicas), e o genocídio da população negra e periférica, mulheres de diversas regiões do estado de São Paulo realizarão na próxima segunda-feira, dia 25 de julho, a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo.

Participantes se concentrarão na Praça Roosevelt às 17h e marcharão às 19h até o Largo do Paissandú. A ação contará com a apresentação do bloco afro Ilú Obá De Min, das rappers Drika Ferreira e Luana Hansen, do coletivo Levante Mulher, e dos grupos autônomos Samba para a Marcha das Mulheres Negras, As Minas do Xequerê e Kazungi.

Marchando pela Vida

De acordo com o “Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil“, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), entre 2003 e 2013 houve o aumento de 54,2% no total de assassinatos de mulheres negras no Brasil. Já o número de crimes envolvendo mulheres brancas recuou 9,8% no mesmo período.

Para Andreia Alves, integrante do bloco afro Ilú Obá De Min, do Instituto Pólis e membro da equipe organizadora da Marcha Estadual das Mulheres Negras, a disparidade nos números de violência contra mulheres brancas e negras é resultado da ausência de um olhar específico para as questões raciais.

“As políticas públicas não estão alcançando nós, mulheres negras, e as estatísticas estão aí pra quem quiser ver. Políticas públicas com apenas recorte de gênero não são suficientes. É preciso, também, um enfoque de racial”, afirma.

Em 18 de novembro de 2015, mais de 30 mil mulheres negras ocuparam as ruas de Brasília.  O encontro teve por objetivo combater as discriminações raciais e de gênero e dar visibilidade à importância de se ampliar as políticas públicas de promoção da igualdade.

“Voltei de Brasília em marcha e desde então reverbera em minhas ações a energia gerada pelo grito único contra o racismo, a lesbofobia, contra o [presidente interino Michel] Temer e pelo bem viver”, relata Andreia.

A luta das mulheres negras, latino americanas e caribenhas:

A Marcha acontecerá no dia 25 de julho como forma de homenagear o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha. Conquistada em 1992 no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado na República Dominicana. A data é um marco internacional da luta e resistência das mulheres negras contra as opressões de gênero e o racismo.

No Brasil, além da data internacional, é também homenageada Tereza de Benguela. Tereza viveu na década de XVIII no Mato Grosso e liderou o quilombo Quariterê que, segundo documentos da época, abrigava mais de 100 pessoas incluindo negros/as e indígenas. Para saber mais sobre a trajetória de Tereza de Benguela, clique aqui.

Ocupando espaços digitais

mosaico

No Facebook, centenas de mulheres estão ocupando as redes sociais. Foi lançado um avatar que permite trocar a foto de perfil do Facebook para visibilizar não apenas a Marcha, mas também o “Dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha”. A campanha pode ser aderida acessando aqui.

“Precisamos chamar as mulheres negras para que venham lutar contra todas as opressões sofridas. Para isso, as redes sociais e as mídias alternativas estão sendo de suma importância na divulgação”, aponta Andreia.

Acompanhe as novidades da Marcha no evento no Facebook, que já possui mais de 1.400 pessoas confirmadas.

SERVIÇO

  • Data: 25 de julho de 2016 (segunda-feira)
  • Horários e Locais:

Concentração: às 17h, na Praça Roosevelt (São Paulo).

Trajeto: às 19h, da Praça Roosevelt até o Largo do Paissandú.

Foto em destaque: Marcha Nacional das Mulheres Negras (Brasília, 2015)

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